A configuração de rede no Windows é um assunto bastante conhecido,  pois a configuração é bastante similar entre as diferentes versões do  Windows e a configuração gráfica torna tudo mais simples. Entretanto, é  justamente a aparente simplicidade que faz com que muitos recursos passem despercebidos. Vamos então a uma revisão  de como configurar a rede nos clientes Windows, incluindo as  peculiaridades do Vista e alguns tópicos avançados e o uso da linha de  comando.
Começando do básico, no Windows XP, a configuração de rede é dividida em duas partes. A principal vai dentro do "Painel de Controle > Conexões de rede" ("Conexões dial-up e de rede" no Windows 2000), onde são listadas todas as interfaces de rede disponíveis:











Começando do básico, no Windows XP, a configuração de rede é dividida em duas partes. A principal vai dentro do "Painel de Controle > Conexões de rede" ("Conexões dial-up e de rede" no Windows 2000), onde são listadas todas as interfaces de rede disponíveis:

Dentro das propriedades de cada  interface, vai uma lista dos protocolos e dos serviços disponíveis. O  absoluto mínimo é o suporte a TCP/IP, que é instalado por padrão. Em  seguida temos o "Cliente para redes Microsoft", que permite que você acesse compartilhamentos de rede em outras máquinas e o  "Compartilhamento de arquivos e impressoras para redes Microsoft", que é  o componente servidor, que permite que você compartilhe arquivos e  impressoras com outras máquinas da rede.
O compartilhamento de arquivos e  impressoras no Windows é baseado no protocolo SMB/CIFS, que é suportado  no Linux através do Samba. Graças a ele, máquinas Linux podem participar  da rede, tanto atuando como servidores, quanto como clientes.
Até o Windows 98, a configuração da rede  era baseada em um conceito mais confuso, onde os protocolos eram  relacionados às interfaces e tudo era mostrado em uma única lista. Você  podia então ter listadas três versões do TCP/IP, sendo uma para cada uma das placas de rede instaladas e outra  para o modem, por exemplo. Aqui temos dois screenshots, com a  configuração de rede no Windows 95/98 (à direita) em comparação com a  interface atual, que foi adotada apenas a partir do Windows 2000:


Você pode adicionar componentes de rede  adicionais através do botão "Instalar", como em casos em que você  precisar conectar a máquina Windows a uma rede Netware antiga, baseada  no protocolo IPX/SPX, ou em que você precise adicionar o suporte ao protocolo IPV6 em uma máquina Windows XP:

Voltando às propriedades da conexão, a  configuração da rede vai dentro das propriedades do protocolo TCP/IP,  onde você pode escolher entre ativar o cliente DHCP ou configurar  manualmente os endereços. O segundo servidor DNS é desejável pela questão da redundância, mas não é obrigatório dentro da  configuração. Além de usar os endereços de DNS do provedor, você pode  usar um servidor de DNS instalado em uma máquina da rede local ou ainda  um servidor de DNS público, como os do opendns.com:

Clicando no botão "Avançado" você tem  acesso a algumas opções adicionais. À primeira vista, a aba  "Configurações IP" parece inútil, já que ela simplesmente mostra o  endereço IP e o endereço do gateway padrão definidos na tela principal, mas na verdade ela tem uma função importante, que é  permitir que você configure endereços IP e gateway adicionais, como no  meu exemplo, onde incluí o endereço IP "10.0.0.2":


Isso faz com que o sistema crie um alias  (um apelido) para a placa de rede e passe a escutar nos dois endereços.  Se você configurar outro micro da rede para usar outro endereço dentro  da mesma faixa, você conseguiria acessar o micro através do endereço "10.0.0.2" adicionado, da mesma forma que  através do endereço principal.
Existem diversos possíveis usos para  este recurso. Um exemplo comum é em casos em que você precisa acessar a  interface de administração de um ponto de acesso ou um modem ADSL que  utiliza por padrão um endereço fora da faixa utilizada na sua rede, como por exemplo o "10.0.0.138". Uma forma  simples de resolver o problema é adicionar um segundo endereço IP na  mesma faixa de rede usada pelo modem, de forma que você possa fazer o  acesso inicial à interface de configuração e alterar o endereço do dispositivo.
Continuando, temos a aba "WINS", que  está relacionada à navegação na rede local. O WINS (Windows  Internetworking Name Server) é um serviço auxiliar dentro das redes  Microsoft, responsável pela navegação no ambiente de rede. A função de servidor WINS pode ser desempenhada tanto por um servidor  Microsoft quanto por um servidor Linux rodando o Samba.
O uso do servidor WINS não é  obrigatório, pois na ausência dele os clientes da rede simplesmente  passam a utilizar pacotes de broadcast para localizarem os  compartilhamentos, mas o uso de um servidor WINS torna a navegação no ambiente de redes mais estável. Usar um servidor WINS é também uma  solução em casos em que você precisa combinar dois segmentos de rede  ligados através de um roteador, já que o roteador descarta os pacotes de  broadcast, fazendo com que os clientes de um segmento da rede não consigam enxergar os do outro, até que seja  adicionado um servidor WINS central. Isso acontece por que as consultas  ao servidor WINS são feitas diretamente ao endereço IP do servidor (e  não através de pacotes de broadcast), o que permite que os pacotes passem pelo roteador.
Logo abaixo temos o campo "Configuração  NetBIOS", que permite ativar ou desativar o suporte ao NetBIOS, que é o  protocolo responsável pela navegação no ambiente de redes.
A partir do Windows 2000 passou a ser  usado o CIFS, uma versão atualizada do antigo protocolo SMB, usado nas  versões anteriores do Windows, que funciona de forma independente do  NetBIOS. Entretanto, o suporte ao NetBIOS ainda é necessário para diversas funções, entre elas a navegação no  ambiente de redes (sem ele você consegue apenas mapear os  compartilhamentos diretamente) e para que os clientes Windows sejam  capazes de fazer login em um servidor Samba configurado como PDC. O NetBIOS também é necessário caso você tenha máquinas com versões  antigas do Windows na rede, já que as versões anteriores ao Windows 2000  ainda não oferecem suporte ao CIFS.
Na última aba, "Opções", você tem acesso  ao recurso de filtragem de TCP/IP. À primeira vista, pode parecer  tratar-se de um firewall simples, onde você pode especificar manualmente  quais portas devem ficar abertas e fechar as demais, mas não é bem assim que ele funciona.
Você pode fazer um teste permitindo  apenas a porta 80 TCP (http) e 53 UDP (DNS). Normalmente isso seja  suficiente para que você conseguisse navegar, mas nesse caso você vai  perceber que o acesso é bloqueado completamente. Isso acontece por que a porta 80 é usada apenas para iniciar a conexão, a  resposta do servidor remoto chega em uma porta alta aleatória, que  nesse caso é bloqueada pelo sistema, impedindo que você navegue.

Diferente de um firewall, que permite  bloquear conexões de entrada, mas permite o retorno de pacotes de  resposta, este recurso simplesmente bloqueia todas as conexões fora das  portas especificadas, o que faz com que ele seja útil apenas em situações bem específicas.
Um recuso polêmico introduzido no  Windows XP é o uso do "Agendador de pacotes QoS", destinado a otimizar a  conexão. Ele aparece junto com os outros protocolos instalados nas  propriedades da conexão e pode ser desativado caso desejado:

A função do QoS é otimizar o tráfego da  rede, priorizando o tráfego de aplicações que precisam de um tráfego  constante, como aplicativos de VoIP, streaming de audio e vídeo e jogos  multiplayer. O uso do QoS oferece ganhos práticos em diversas áreas (reduz a necessidade de manter a conexão  livre enquanto está falando no Skype, por exemplo), mas causa uma certa  redução na banda total disponível, já que o sistema precisa manter uma  determinada parcela da banda reservada.
Não existe configuração para o QoS disponível nas propriedades da conexão, mas ele pode ser configurado através do "gpedit.msc",  que você chama usando o prompt do DOS ou o "Iniciar > Executar".  Dentro do gpedit, a configuração do QoS vai no "Configuração do computador >  Modelos administrativos > Rede > Agendador de pacotes QoS":

O default é reservar até 20% da banda.  Este não é um valor fixo, mas apenas um limite; a percentagem realmente  realmente reservada varia de acordo com o uso. De qualquer forma, esta  opção permite reduzir o valor, de forma a reduzir a perda, sem com isso precisar desativar o QoS completamente.
A pouco comentei que a configuração de  rede é feita em duas partes. A segunda parte seria a configuração do  nome da máquina e do grupo de trabalho ou domínio, que é feita através  do Painel de Controle > Sistema > Nome do computador > Alterar:

O conceito de "Grupo de trabalho" existe  desde o Windows 3.11, permitindo que um grupo de máquinas compartilhem  arquivos e impressoras, sem necessidade de um servidor central.  Configurando todos os micros da sua rede com o mesmo grupo de trabalho, todos aparecem no ambiente de redes e você não  tem dificuldades em acessar os compartilhamentos.
Em seguida temos o conceito de  "Domínio", que se baseia no uso de um servidor central (chamado de  Primary Domain Controller, ou PDC), que centraliza a autenticação dos  usuários. A principal vantagem de utilizar um PDC é que você não precisa mais se preocupar em manter os logins e senhas das  estações sincronizados em relação aos dos servidores. As senhas passam a  ser armazenadas em um servidor central, de forma que qualquer alteração  é automaticamente aplicada a toda a rede. O PDC permite inclusive o uso de perfis móveis, onde as configurações do  usuário ficam armazenadas no servidor, permitindo que ele se logue em  qualquer máquina.
Você pode configurar um PDC utilizando o  Samba de forma relativamente simples, de forma que é perfeitamente  possível usar um PDC mesmo em uma rede doméstica. A configuração de um  servidor PDC sai do escopo deste tutorial, mas você pode ler mais sobre o assunto nos meus tutoriais sobre o Samba.
14 comentáriosPor Carlos E. Morimoto. Revisado 4 de setembro de 2010 às 12h21
Comentários
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por  em 15 de janeiro de 2011 às 09h57
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por  em 27 de outubro de 2010 às 08h53
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por  em 25 de outubro de 2010 às 16h43
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por  em 22 de outubro de 2010 às 13h12
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